Um artigo do “Expresso” do
passado sábado, “Portugal 1973 - Retrato Social”, dava conta da evolução de
diversos índices de aferição da qualidade de vida entre a década de 70 e a
actualidade. Um destes índices refere que em 1970, cinco anos antes da
Revolução, 53% dos lares portugueses não dispunham de água canalizada, contra
os 0,7% de 2011. Presumo que o concelho de Nisa tenha acompanhado esta
evolução. Apesar do grande salto em frente verificado nesta área, os problemas
subsistem.
Nas últimas semanas
apercebi-me da deslocação regular do autotanque dos Bombeiros Voluntários de
Nisa pela estrada que dizemos ser “do Monte Claro”, sem que o alarme de
incêndio tivesse soado. Curioso, informei-me acerca do que se passava, tendo
sido informado Transportavam água para a referida aldeia. Até aqui tudo bem,
pensei: alguma ruptura temporária na rede de fornecimento, prontamente colmatada
com o apoio dos Bombeiros.
Acontece que, conversando
com pessoa amiga aí residente, fui informado que esta situação se arrasta há largo
tempo, sempre que o Verão começa e o calor aperta. Pior: um telefonema de
reclamação para a empresa responsável pelo abastecimento, “Aguas do Norte
Alentejano”, foi recebido com surpresa, por aparente desconhecimento da
situação. Mais: foi solicitado ao reclamante que informasse a empresa sempre
que a situação se repetisse. Desconheço as causas do problema, mas será que não
houve já tempo suficiente para o resolver?
Como saberão, assisto com
regularidade às Reuniões de Câmara e Assembleias Municipais. Quando o não posso
fazer, tento manter-me a par dos assuntos da Autarquia através da leitura das
respectivas Actas. Nem num caso nem no outro me recordo de ter surgido qualquer
reclamação por parte dos eleitos da freguesia ou da população, trazendo este
assunto ao conhecimento da Câmara, exigindo a sua rápida resolução.
Bem sei que, em muitas
áreas, o tempo em Nisa parou. Noutras está até em evidente regressão. Mas a
água, senhores? O precioso líquido, duas vezes precioso, por ser essencial à
vida e pelo preço? Sendo ano de autárquicas talvez algum candidato, à Câmara de
Nisa ou à Assembleia de Freguesia de S. Matias, se interesse pelo assunto e
prometa resolver o problema. E cumpra, depois de eleito.
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imagem: www.inmagine.com
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