domingo, 14 de julho de 2013

Águas de Verão

 






Um artigo do “Expresso” do passado sábado, “Portugal 1973 - Retrato Social”, dava conta da evolução de diversos índices de aferição da qualidade de vida entre a década de 70 e a actualidade. Um destes índices refere que em 1970, cinco anos antes da Revolução, 53% dos lares portugueses não dispunham de água canalizada, contra os 0,7% de 2011. Presumo que o concelho de Nisa tenha acompanhado esta evolução. Apesar do grande salto em frente verificado nesta área, os problemas subsistem.

Nas últimas semanas apercebi-me da deslocação regular do autotanque dos Bombeiros Voluntários de Nisa pela estrada que dizemos ser “do Monte Claro”, sem que o alarme de incêndio tivesse soado. Curioso, informei-me acerca do que se passava, tendo sido informado Transportavam água para a referida aldeia. Até aqui tudo bem, pensei: alguma ruptura temporária na rede de fornecimento, prontamente colmatada com o apoio dos Bombeiros.

Acontece que, conversando com pessoa amiga aí residente, fui informado que esta situação se arrasta há largo tempo, sempre que o Verão começa e o calor aperta. Pior: um telefonema de reclamação para a empresa responsável pelo abastecimento, “Aguas do Norte Alentejano”, foi recebido com surpresa, por aparente desconhecimento da situação. Mais: foi solicitado ao reclamante que informasse a empresa sempre que a situação se repetisse. Desconheço as causas do problema, mas será que não houve já tempo suficiente para o resolver?

Como saberão, assisto com regularidade às Reuniões de Câmara e Assembleias Municipais. Quando o não posso fazer, tento manter-me a par dos assuntos da Autarquia através da leitura das respectivas Actas. Nem num caso nem no outro me recordo de ter surgido qualquer reclamação por parte dos eleitos da freguesia ou da população, trazendo este assunto ao conhecimento da Câmara, exigindo a sua rápida resolução.

Bem sei que, em muitas áreas, o tempo em Nisa parou. Noutras está até em evidente regressão. Mas a água, senhores? O precioso líquido, duas vezes precioso, por ser essencial à vida e pelo preço? Sendo ano de autárquicas talvez algum candidato, à Câmara de Nisa ou à Assembleia de Freguesia de S. Matias, se interesse pelo assunto e prometa resolver o problema. E cumpra, depois de eleito.
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imagem: www.inmagine.com

 

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